Bob Dylan
Nunca gostei especialmente de Bob Dylan. As suas canções eram demasiado longas, as melodias pouco entusiasmantes, a voz roufenha e desagradável (Dylan mal sabia cantar), a parte instrumental — isto é, a sua guitarra e a sua harmónica — voluntariamente irrelevante e pobre. Mas os seus conceitos eram fantásticos, as suas letras soberbas, as suas imagens incríveis.
Bob Dylan foi o poeta que veio dar profundidade à música da geração do rock. Eu lembro-me de ter ouvido o seu primeiro disco em tempo de férias de Verão. A única música que achei tolerável foi Gospel Plow: https://www.youtube.com/watch?v=X4qI_0uYiJA
Mas depois habituei-me àquele som e, vencido o desagrado inicial que a forma me provocava, ficava a ouvir as músicas em busca do conteúdo. Dylan era para ouvir e pensar. Algumas das suas músicas tornaram-se hinos como aconteceu com
Blowing in the wind: https://www.youtube.com/watch?v=vWwgrjjIMXA
ou The Times they are a-Changin’: https://www.youtube.com/watch?v=yf9lAP6-so0
Outras, como My Back Pages: https://www.youtube.com/watch?v=e8XFIXCyB2A
por exemplo, tinham tamanha profundidade e maturidade que só vim a percebê-las e valorizá-las anos depois.
Website: https://www.bobdylan.com/us/home